domingo, 12 de setembro de 2010

LITERATURA DO VALE - SAUDADE

SAUDADE – FRANCISCO AMORIM (1898)
TERRA DE ORIGEM: ASSU/RN

“Saudade ! nuvem negra que entristece
O coração dos noivos separados !...
Lamentação pungente, que parece
Um dobre triste e amário dos finados !

Saudade ! acerba dor de quem padece
O supplicio cruel dos exilados !...
Tristeza, à beira-mar, quando anoitece...
Sentido de ultimo adeus dos desgraçados.

Saudade ! rubro sol agonizante,
Doridos ais do poeta attribulado,
N’um desejo de ver alguém distante...

E’ a saudade um viver e não viver...
- E’ tudo que me traz martyrusado!
- E’ tudo quanto sinto, sem dizer !

Francisco Amorim retrata em seu poema uma temática que presenciamos em vários outros renomados textos poéticos: a saudade. Em seu poema, ele trata da saudade como uma arte nostálgica, onde é possível reviver determinados momentos sem a necessidade de presenciá-los novamente. Essa nostalgia, contudo, causa angústia pelo fato de reviver e não poder viver os momentos que se transcorrerão na linha temporal. O eu-lírico, a todo instante, relata o quão difícil é sentir a saudade.