O contexto histórico é de grande importância para o entendimento sobre a configuração social expressa na atualidade, além disso, quando se fala em desenvolvimento é preciso entender os fundamentos que o proporcionou. Portanto, a história das regiões é importante para entender as contribuições para a microrregião do Vale do Açu.
No livro Terras Potiguares, do autor potiguar Marcus César Cavalcanti de Morais, a cidade de Assú é designada como “A vila nova da princesa” e relata as características do município durante toda a história.
Desde seus primeiros povoadores a terra pertencente à essa região era disputada. Os janduís, primeiros habitantes da região, utilizavam de conflitos com os “homens brancos”, em 1650, para não abrirem mão da terra, a qual retiravam tudo que precisavam para sua subsistência.
O homem branco, nessa época, também já marcava presença na tentativa de explorar os potenciais da região, principalmente com a criação de gado, gerando conflitos de interesses com os índios. Enquanto os brancos avançavam na criação bovina, os Janduís consideravam legítima a caça ao gado. Essas divergências deram início a Guerra dos Bárbaro, com grandes combates entre brancos e índios. (MORAIS, 2007. p.34)
Tais conflitos entre os ocupantes das terras proporcionaram uma queda considerável no desenvolvimento da pecuária. Entretanto, com o fim dos mesmos, essa prática econômica passou a crescer em um ritmo acelerado, tornando-se a principal atividade econômica da região, juntamente com a indústria de extração da cera da carnaúba, representando a base econômica da microrregião do Vale.
O ritmo de desenvolvimento acelerado trouxe como conseqüência a transformação da região em um arraial, o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres, transformando-se depois na cidade de Assú, sendo a maior cidade do Vale do Açu.
Em 1696, com a presença do Governador da Capitania do Estado, Bernardo Vieira de Melo, foi criado o Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres. Era o início da existência de um dos mais antigos municípios do Rio Grande do Norte, e da maior cidade do Vale do Açu. (MORAIS, 2007. p.34)
Então, só em 1766, o nome passa a ser reformulado para Vila Nova da Princesa. O autor coloca esse nome em ênfase para destacar os benefícios trazidos com a nomeação já que, como o próprio Rei de Portugal ordenou a mudança com sua homenagem, as mudanças acarretadas com essa nomeação estruturaram todo um requinte para a sociedade daquela época, trazendo novas visões e novos meios de impulsionar ainda mais o crescimento.
O município foi criado por Ordem Régia de D. José I, Rei de Portugal, no dia 22 de julho de 1766 com o nome de Vila Nova da Princesa, numa homenagem a princesa Dona Carlota Joaquina. (MORAIS, 2007. p.34)
A denominação atual só veio a ocorrer em 1845, quando passou para o porte de cidade grande e quer dizer Aldeia Grande, fazendo relação com uma área de agrupamento que os índios guerreiros da região ocupavam.
Desde então, os processos sociais só se aprimoraram, proporcionando à principal cidade do Vale do Açu um destaque maior em relação às outras, tanto pela maior população, quanto pelo maior desenvolvimento; ambos sendo uma conseqüência da homenagem feita, no passado, pelo rei português.