Porto do Mangue registra, há mais de 40 anos , uma pequena mas significativa produção de arte em madeira, feita por uma solitária artesã, Maria da Paz Morais, popularmente conhecida como Paizinha.
Natural de Taipu, aos dois anos ela foi morar em Natal e começou a trabalhar com madeira ainda muito jovem, criando seus próprios brinquedos. “Quando criança, minha família passou por problemas financeiros e como não havia dinheiro para comprar brinquedos, comecei a fazer bonecos de madeira”, conta Paizinha. Desde essa época, a menina pequenina já demonstrava imenso talento: com pedaços de cabos de vassoura, começou a esculpir cabeças, de soldado, marinheiro, índio, e era com esses bonecos que brincava e de maneira lúdica imaginava o mundo.
Já na adolescência, nova inspiração a faz se especializar em bustos e cria peças de índios e japoneses, trabalho muito delicado e com uma riqueza de detalhes que impressiona. A adolescente se torna adulta e vem mais inspiração: “Nessa fase, passei a esculpir imagens sacras. Me aperfeiçoei também em flores, frutas e gosto muito de fazer talhas. Qualquer peça que estou esculpindo me faz imenso bem e fico muito feliz”, diz com seu sorriso cativante.
Em 1997 Porto do Mangue participa, pela primeira vez, da FEITERN (Feira de Turismo do Rio Grande do Norte) no Natal Shopping, em Natal, com trabalhos de diversos artistas, dentre eles Paizinha.
Seu trabalho é sucesso garantido em qualquer feira de artesanato, tendo inclusive participado da FIART (Feira Internacional de Artesanato), também em Natal. “Sinto falta das feiras, pois já faz anos que não participamos por falta de apoio da prefeitura com deslocamento e estadia.”
Hoje, Paizinha continua criando e fazendo arte, tal qual fazia quando criança, mesmo aos 70 anos.