domingo, 12 de setembro de 2010

LITERATURA DO VALE - APRESENTAÇÃO

E por que não divulgar a literatura regional? As informações sobre a microrregião são escassas, faltam em pesquisas informações que não se encontram em meio virtual, somente em livros antigos. Então, retirando os livros empoeirados, encontramos raras relíquias mostrando valores ilustres daqueles que tornam mais fértil a literatura regional. Retomando assim os valores importantes para a cultura, relembrando através da literatura fatos que estão implícitos no contexto da época em que o autor criou a obra. Reviver pode ser muito além de analisar uma fotografia, pode ser ler um poema ou conto e encontrar ali uma história ou fato que remeta à coisas que um dia marcaram épocas.

“[...] Ipanguaçu, que desfraldas
No tronco velho dos caldas
A bandeira do civismo,
Luiz Gonzaga morreu,
Porém lutou e venceu
A sanha do comunismo: [...]
Carnaubais, na verdade
Enfrenta a dificuldade
Da seca e da alagação:
Com a mesma indiferença,
Porque o seu povo só pensa
Em lutar pela Nação: [...]
Alto do Rodrigues: Pendência:
São terras de preferência
Para criar e plantar:
Além de tudo, têm mais,
Dos verdes carnaubais,
Produtos para exportar: [...]
Açu, ó terra querida,
Que deu vida à minha vida,
Paz, amor, inspiração;
Por ti, cidade dileta,
Fui um boêmio-poeta...
Que rendosa profissão [...]”

Os trechos transcritos acima são de um poema que abre o livro “Outras Poesias”, de Renato Caldas, mostrando características da década de 80 que os municípios já apresentavam. Onde estão expressas as lutas políticas pelas quais Ipanguaçu passou, além dos problemas sociais impostos pelas enchentes aos cidadãos de Carnaubais, contrapondo-se com a fertilidade encontrada nas terras de Pendências e Alto do Rodrigues, expressando boas condições para agricultura e pecuária, além da exportação da cera da carnaúba e ainda, por fim, uma referência à Assu, a Cidade dos Poetas, de onde o autor é oriundo e aprendeu a compor suas harmônicas poesias.