terça-feira, 21 de setembro de 2010

LITERATURA DO VALE - A UM JASMINEIRO

A UM JASMINEIRO - DEOLINDO LIMA (1885)
TERRA DE ORIGEM: ASSU/RN

Nos teus felizes tempos, eu te via
Todo cheio de folhas e de flores,
Num anceio de amor, então, sorvia
Tuas exhalações, os teus odores.


Quando a lua do céo, alto, espargia,
Seus thezouros de luz, os seus pallores,
O teu perfil, ao meu fulgia,
Lindo como o perfil dos meus amores...


Passo agora e te vejo desnudado,
Sem frondes, sem ramagens, desolado,
Pedindo orvalho para efflorescer...


Revive, jasmineiro de minha alma!
Traze nos teus perfumes branda calma
Ao coração exhausto de soffrer.

A partir da análise do poema em questão, podemos notar que há englobado no contexto uma nostalgia referente ao que o eu-lírico foi, e já deixou de ser. A vontade de reviver momentos antigos faz-se presente na composição, e como em poemas românticos, há sempre o citar de um amor perdido, que causa sofrimento e têm-se a necessidade de haver a reestruturação do ser em foco.