domingo, 12 de setembro de 2010

LITERATURA DO VALE - SANGUE

SANGUE – OLIVEIRA JUNIOR (1895)
TERRA DE ORIGEM: ASSU/RN

“Sangue! Vitalidade, extraordinária essencia,
Que fortalece e anima a flor da juventude...
Fonte de inspiração, supporte da existência,
Excelso precursor do gozo e da saúde...

Seiva de onde promana a suprema virtude
De fazer progredir a humana descendencia...
Sangue ! musicação de violas e alaúde,
Nos contornos do corpo, ao rir da adolescência.

Dos assomos da carne o germen soberano,
Morno, rubro, caudal, palpitando na artéria...
Sangue ! força vital do sentimento humano.

De capillares mil embrenha-se nas teias...
Protoplasma da vida, a vida da matéria,
Cantando, triumphalmente, em giro, pelas veias !”

Um elemento de grande contexto histórico que qualificava as classes da época do poema: o sangue. Este é tratado pelo autor como promotor de características primordiais para a arte de gozar da vida. Isso, pois aqueles que nasciam com o sangue da nobreza, detinham sobre si todos os cuidados necessários para uma boa vida, como direito à saúde, renda para apreciação dos prazeres que o dinheiro proporciona à vida, bons trajes ocasionando valorização corpórea. Enfim, o sangue é relacionado com o triunfo, com o prosperar da vida.