domingo, 12 de setembro de 2010

LITERATURA DO VALE - MINHA TERRA


MINHA TERRA – CAROLINA WANDERLEY (1891)
TERRA DE ORIGEM: ASSU/RN
“Terra bemdita, onde abriguei, ditosa,
De minha infância as illusões fagueiras...
Corôada, qual rainha magestosa,
Das verdes palmas das carnaubeiras.

Terra gentil, que acolhes, cariciosa,
Nas oiticicas verdes e altaneiras,
Aves gazis, que, em vóz doce, maviosa,
Cantam do sol às radiações primeiras.

Si eu, algum dia, tremula velhinha,
Presa à magua, sem fim, que me espesinha,
Ao teu solo volver, berço risonho,

Agasalha-me ainda com a ternura
Com que, outr’ora, nos dias de ventura,
Agasalhaste o meu primeiro Sonho !...”

O poema dessa integrante da grande família assuense e de grande caráter poético Caldas demonstra o apego com o solo que acolhe os pés humanos. Onde a formação como pessoa esteve atuante e gerou como conseqüência o ser que se configura no espaço atual. No poema, há ainda, características sobre as paisagens naturais do começo da década de 90, logo na segunda estrofe. Contudo, o poema é voltado ainda para o amor com sua terra, como no caso do famoso poema de Gonçalves Dias, Canção do Exílio.